Voluntários recolhem cerca de 5 toneladas de lixo do rio Guaporé e seus afluentes 

Voluntários recolhem cerca de 5 toneladas de lixo do rio Guaporé e seus afluentes 

Cerca de 250 km de rios foram percorridos este ano

Há quase uma década, a ação solitária de um homem, José Ribeiro da Silva, o “Zé Ambientalista”, para recolher o lixo deixado pelos frequentadores do rio Guaporé ganhou adeptos, virou um movimento, e ano a ano mais voluntários, empresas e instituições se juntam à causa de limpar o cartão postal do Cone Sul de Rondônia. Os voluntários são, em sua maioria, pescadores e moradores da cidade de Cabixi. 

De acordo com Zé Ambientalista, este ano cerca de 250 km de rios foram percorridos, incluindo afluentes do Guaporé, como os rios Cabixi, Piolho e Escondido; o resultado foi uma montanha de aproximadamente 5 toneladas de lixo dos tipos mais variáveis possíveis. Desde garrafas pet e latinhas (que vem diminuindo a cada ano) até eletrodomésticos e eletrônicos como fogões e televisores foram retirados do meio ambiente. Até parte de uma bateria (instrumento musical) foi encontrada.   

Este ano, de acordo com Zé Ambientalista, que é funcionário da Sedam, o que se observou foi um aumento significativo de restos de construção, fruto do aumento de obras no local. “Muitas pessoas estão construindo aqui na Vila Neide e também na Vila São José, e isso tem refletido neste tipo de resíduo”, disse.

O Diretor Regional da Sedam, Orlando Silva, disse que a ação de limpeza do rio Guaporé é importantíssima, principalmente pelo período no qual acontece, antes do início das chuvas. “A coleta nesta época é fundamental, porque daqui uns dias isso aqui vai está tudo cheio de água e o que acontecia antigamente é que enchia e levava este lixo embora; agora, este lixo que descia rio abaixo é recolhido e tem destinação correta”, disse o diretor, salientando que recicláveis, como as latinhas e pets, já não representam um risco tão grande devido as pessoas que recolhem estes materiais para vender.    

O pescador Pedro Alves Castanho é voluntário já há alguns anos e disse que o trabalho mais importante é o de conscientização. O pescador revelou que a ação de limpeza do rio tem os dois lados: o prático, de retirar do ambiente os detritos deixados por turistas e pescadores amadores; e o de conscientização, pois a divulgação do montante de lixo retirado dos rios pode despertar nas pessoas que visitam esses locais, o cuidado de armazenar o material para o descarte correto, não o depositando na natureza.

FUTURO

Em parceria com a pastora Marinice Hifran, da Igreja Metodista, Zé Ambientalista desenvolve o Projeto Cristãozinhos Ambientais, que envolve cerca de 35 crianças com idades de 08 a 13 anos que trabalham a proteção ambiental com orientações bíblicas.

De acordo com os coordenadores do projeto, as crianças desenvolvem ações que vão deste pit stop a participação nas campanhas de combate ao mosquito da dengue e ao caramujo africano.     

Para a estudante do 6º ano, Luiza Vargas, de 12 anos, participar do projeto é uma forma de demonstrar sua preocupação com o planeta que ela e outras crianças irão herdar. A pequena ambientalista disse que os danos causados pelas gerações de seus avós e pais já prejudicam a sua geração. “Nós estamos preocupados com o nosso futuro, temos que lutar para que tentarmos minimizar esses efeitos”, disse.

Autor / Fonte: Folha do Sul

Comentários

Leia Também