Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual com pit stop

Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual com pit stop

Na manhã desta quinta-feira, 18 de maio, foi realizada uma ação (pit stop), no município de Ouro Preto do Oeste, com entrega de folhetos informativos e adesivos que abordam o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes e em seguida uma palestra com o psicólogo/clinico Pedro Paulo de Carvalho no auditório da Escola Estadual Joaquim de Lima Avelino abordando o tema em questão. O movimento é feito em todo o Brasil e tem como objetivo mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento pelos direitos de crianças e adolescentes e na luta pelo fim da violência sexual. É um dia em que a população do Brasil deve se manifestar contra a violência sexual contra crianças e adolescentes. A denúncia é sigilosa e feita através do disque 100, Polícia Militar no 190, Delegacia de Polícia Civil ou no Conselho Tutelar do seu município.

Na abertura da ação estiveram presente a secretária Executiva Regional de Governo polo Ouro Preto Maria Araujo de Oliveira, Érica Casagrande gerente regional da Secretaria Estadual de Ação Social além de diretores e alunos da rede pública de ensino.

De acordo com os dados do Disque 100, serviço de denúncia oferecido pelo Governo Federal, são registrados quatro casos de abuso sexual de crianças e adolescentes por hora no país “É importante não apenas denunciar, mas registrar o boletim de ocorrência”, adverte o psicólogo/clinico Pedro Paulo de Carvalho profissional especialista em acolhimento de vítimas de abuso e exploração sexual, durante a ação. “Além disso, identificar o ocorrido logo nas primeiras 72 horas, permite que medidas paliativas possam ser ministradas na tentativa de impedir mais danos físicos e psicológicos, como gravidez e doenças sexualmente transmissíveis”, completa.

“Esse trabalho de conscientização não é uma iniciativa isolada no dia de hoje, marcando o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, mas faz parte de uma forte campanha de conscientização que começou no segundo semestre do ano de 2016 e vem tendo a sua continuidade com diversas palestras ministradas em escolas dos municípios de: Ouro Preto do Oeste, Vale do Paraíso, Nova União, Mirante da Serra e Urupá”, pontuou a secretária de Governo Maria Araujo de Oliveira.

A ação para lembrar o dia de Combate ao abuso e exploração sexual teve uma caminhada percorrida pelas principais vias urbana do município e terminou em frente ao prédio da Câmara Municipal onde no ato cívico todos entoaram o Hino Nacional brasileiro.

História

Em 1973 um crime bárbaro chocou o Brasil. Seu desfecho escandaloso seria um símbolo de toda a violência que se comete contra as crianças.

Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada em 18 de maio de 1973. Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

A capital do estado era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta.

Mobilização para a data

O dia 18 de maio foi instituído em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

De autoria da então deputada federal Rita Camata (PMDB/ES) - presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional -, o projeto foi sancionado em maio de 2000.

Desde então, a sociedade civil em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes promovem atividades em todo o país para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

Símbolo

A campanha tem como símbolo uma flor, como uma lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem como objetivo proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade, proximidade e identificação com a causa.

Esse símbolo surge durante a mobilização do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de 2009. Porém, o que era para ser apenas uma campanha se tornou o símbolo da causa, a partir de 2010. Para alcançar esse objetivo, é necessário que a sociedade em geral Faça Bonito na proteção de nossas crianças e adolescentes.

Chamada

O slogan Faça Bonito - Proteja nossas crianças e adolescente quer chamar a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil.

Lei

Lei 9.970 – Institui o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil. Art. 1º. Fica instituído o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Autor / Fonte: Alexandre Araujo

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